Educação Financeira: como começar

No post anterior trouxemos a importância da educação financeira a partir da infância como forma de já garantir que os pequenos cresçam, se desenvolvam e se tornem adultos aptos a planejar e a gerir seus recursos de forma saudável, consciente e responsável. No post de hoje abordaremos algumas dicas que podem tornar a educação financeira mais prática para as crianças de forma a evidenciar as etapas básicas desse processo da lida com o dinheiro: o de saber ganha-lo, como gastá-lo (seja para interesses pessoais ou para beneficiar terceiros) e também o hábito de guarda-lo.

Importante lembrar que o exemplo familiar é um excelente método de ensino. Fazer bom uso do dinheiro, estabelecer prioridades, necessidades e incluir a criança nesse processo de definição do orçamento familiar são formas excelentes de se ensinar a educação financeira de forma efetiva. E, para ajudar nesse processo, o Festa na Floresta selecionou algumas dicas que podem potencializar esse aprendizado. Vamos conferir?

Já falamos da mesada no post anterior. É uma forma bem bacana de a criança ter contato com o dinheiro, aprender a lidar com ele e também lidar com a consequência de suas escolhas, o que permitirá a elas aprender o que acontece quando se poupa ou se gasta. Só esteja atento à questão da periodicidade (semanal, quinzenal ou mensal) que, segundo especialistas, deve variar de acordo com a idade.

Uma outra forma de ajudar na educação financeira é ensinar a criança a registrar suas movimentações financeiras de entrada e saída. Isso servirá para que ela acompanhe a evolução do seu dinheiro e aprenda a importância de se manter registros para consultas posteriores. Para esse controle de registros, a nossa sugestão é que a criança use um caderninho, ainda que exista hoje a opção de planilhas e aplicativos. Com o uso do caderno, além de aprender sobre educação financeira, ela ainda pode treinar caligrafia, coordenação motora, noções de espaço e tempo, sem contar que ao escrever, ela fixa muito mais o que aprendeu.

A boa conversa também é uma excelente aliada. Ao fazer o planejamento do orçamento familiar, a organização das contas a pagar e também a previsão do que vai entrar, chame a criança e explique sobre cada uma, mostre a ela cada conta dando nomes (boletos, nota fiscal, recibo, etc), deixe-a pegar, observar… Elas entenderão que se você organiza tudo, é porque é importante e se espelharão nisso.

O cofrinho é uma opção que pode ser adotada até mesmo para as crianças menores. Incentive-o a depositar uma parte do que ganhou lá de forma frequente. Há pais que preferem manter dois cofres por criança: um para poupar dinheiro para uma causa específica e o outro para investimento futuro ou até mesmo gastos mais imediatos. A forma de uso vai depender do que a criança pretende fazer com o dinheiro que ganha. O cofrinho com objetivo específico ensina a criança como economizar é importante para alcançar aquilo que se deseja. Já o cofrinho para investimentos futuros, ensina a criança a ser mais paciente no quesito tempo. De tudo, o que vale é não assaltar o cofrinho antes de que ele esteja cheio.

Deixe a criança manusear o dinheiro. Permita que ela mesma compre algo na padaria, por exemplo, para que ela entenda questões como custo e troco. Além de aprender sobre o uso do dinheiro, ela também reforçará seus estudos matemáticos.

O uso de jogos traz uma conotação divertida à educação financeira. Há jogos de tabuleiro que simulam a rotina de bancos o que facilita o aprendizado e ainda ensina sobre regras que precisam ser respeitadas e cumpridas. Um outro ponto interessante em jogos é a possibilidade da criança ganhar ou perder. Ganhar todo mundo gosta, mas o valioso nesse caso é ensinar a lidar com as frustrações em caso de perda. Na vida certamente haverá perdas, então, vale a pena não intervir no rumo do jogo para que a criança possa aprender a lidar com as diversas situações possíveis.

A educação financeira ensina a criança a fazer escolhas melhores, tanto para o uso do dinheiro, quanto para a vida. Dentro do valor que compete a ela, deixe-a decidir. Há crianças que inicialmente gastarão tudo, outras partes e outras talvez nem gastem nada. Certamente a experiência anterior direcionará as próximas escolhas e elas tomaram decisões mais assertivas. Lembre-se: errar faz parte do aprender.

por Liliane Oliveira

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