O que acontece quando desligamos a TV

Todo mundo tem uma sala de estar em casa, mas alguém já observou que a sala quase nunca é, de fato, um lugar para se estar? É quase uma unanimidade brasileira frequentar este ambiente da casa para assistir televisão e uma comprovação disso é a posição em que a mobília é disposta na maioria dos lares: a TV é a estrela e os móveis seus súditos, bem ali em volta, totalmente voltados para ela. Mas como seria se a TV não fosse o centro desse ambiente? E se alguém desafiasse os poderes televisivos, deixando de lado esse veículo de comunicação para então se comunicar com seus próprios familiares em vez de ficar ali vidrado, em silêncio, apenas ouvindo? Já pensou nisso?

Breanne Randall, jornalista e escritora americana, encarou esse desafio quando finalmente mudou de casa. Ao preparar as caixas da mudança ela simplesmente abriu mão de embalar a TV da família, deixando-a para trás. Na nova casa, toda a mobília foi disposta de forma a enriquecer o convívio familiar. Claro que ela, seu marido e sua filhinha tiveram que se adaptar, mas segundo ela mesmo conta, não foi o fim do mundo e, com esse feito, ela conseguiu listar fatos importantes e muito positivos que aconteceram desde então.

A filha de Breanne assistia desenho todos os dias ao acordar. Na casa nova, isso não mais aconteceu. Claro que ela levou um tempo para se acostumar e, para isso, Breanne e seu marido fizeram uso do celular e tablet nessa transição, reduzindo seu uso a cada dia, até que a pequena não mais sentiu falta da telinha, passando a brincar mais com seus próprios brinquedos. Brinquedos estes que antes, serviam apenas de enfeite. Agora eles cumprem sua função original. Breanne também observou que a imaginação de sua pequena deu um salto, um aumento considerável de criatividade.

Quando Breanne ia preparar o jantar, ela terceirizava o cuidado da filha para a TV: a babá eletrônica. Na casa nova ela instalou um banco permanente na cozinha onde sua filha pode ficar, caso queira, e ajudar no jantar, o que estreitou ainda mais os laços entre mãe e filha, além de ensinar à pequena noções básicas de cooperatividade. Breanne também passava muito tempo na TV. Mas nessa nova vida ela tem a oportunidade de participar mais das brincadeiras da filha, fazendo com que a pequena se sinta ainda mais amada e valorizada, o que certamente contribuiu para sua autoestima.

A nova sala de estar de Breanne ganhou um ar diferente. Agora se parece com um ambiente para conviver. Onde antes só havia o barulho da TV e pessoas inertes, agora é lugar para conversar, se divertir com jogos, aproveitando cada momento da família, juntos.

E antes que você pense que essa é uma atitude bem radical, saiba que Breanne não extinguiu totalmente a televisão. Quando alguém quer ver algum programa eles planejam como isso se sucederá em vez de simplesmente pegar o controle remoto, afinal, eles têm novas prioridades. O Netflix sempre pode esperar, afinal, estará sempre lá!

Que a experiência de Breanne possa exemplificar que nem toda mudança, ainda que drástica, seja ruim. Muitas delas contribuem e muito para o bom relacionamento familiar e principalmente, para o melhor desenvolvimento dos pequenos, garantindo assim que elas cresçam saudáveis não só fisicamente, mas também emocionalmente.

E você? Já fez uma mudança como a da Breanne? Conta pra gente!!

por Liliane Oliveira

PS.: O artigo de Breanne Randal foi traduzido do inglês no site https://goo.gl/nGtTdt e foi publicado originalmente em www.parents.com.

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