Filhos autônomos! Por mais que os pais queiram que seus filhos sejam cada vez mais responsáveis e colaborativos em sua rotina, formar filhos autônomos não é tarefa simples. E isso acontece porque ver os filhos crescerem dói, afinal, após esse amadurecimento eles serão capazes de alçar seus próprios voos, tomar rédeas da própria vida e isso significa que eles não dependerão mais de nós e o ninho voltará a ficar vazio.
Além da saudade antecipada, criar filhos autônomos requer postura firme ao estabelecer limites, ao corrigir falhas e ao direcionar o melhor caminho a seguir. E convenhamos que esta tarefa muitas das vezes pesa nos ombros, tamanha a nossa responsabilidade como pais, mentores de uma nova geração.
Mas, por mais trabalhoso que seja criar filhos autônomos, todo esse processo torna-se recompensador quando nossos filhos se tornam adultos conscientes, responsáveis, felizes e melhor sucedidos.
E foi pensando em ajudar nessa jornada der formar filhos autônomos que o Festa na Floresta trouxe uma série de dicas no post desta semana. São dicas práticas e até bem simples que servirão como verdadeiras estratégias para incentivar essa independência de forma a tornar nossos filhos cada vez mais seguros e confiantes de si mesmos. Vamos conferir?
Formar filhos autônomos requer paciência e a forma mais prática de exercitar isso é saber esperar. Você pode achar que seu filho não dá conta de desempenhar certas tarefas justamente pelo fato de ele enrolar demais, ou brincar demais antes de concluir determinada atividade. Mas pague para ver. Espere com paciência e deixe seu filho tentar e tentar até conseguir, o que não impede que você pergunte a ele se precisa de ajuda para aquilo ou se prefere fazer sozinho. Assim, seu filho tem a chance de escolher. Só não fique triste se ele optar por seguir nesse processo de descoberta sozinho, o que seria perfeitamente normal e bem positivo para desenvolver sua autonomia. Clique aqui e veja algumas tarefas indicadas de acordo com a faixa etária do seu filho.
Contenha-se! Não espere do seu filho velocidade nem o seu padrão de perfeição. Deixe que ele desempenhe suas tarefas e não o critique se o lençol não estiver tão esticado ou se a combinação das roupas não lhe pareça muito adequada. Ao contrário, incentive-o sempre através de elogios. Portanto, não refaça aquilo que seu filho fez com tanto esmero.
Permita que seu filho busque as soluções para os seus próprios problemas e demandas. Se o brinquedo caiu não chão, deixe-o se locomover para pegar. Se ele quer um objeto que está em um armário ou gaveta, permita que ele use um banquinho baixo para tentar pegar. Desde que ele não esteja em situação de perigo real, vale à pena deixa-lo se aventurar. E é óbvio que você estará sempre por perto para auxiliar quando for necessário. E aqui vale frisar: quando realmente for necessário.
Delegue tarefas! Independente da idade do seu filho, certamente há alguma tarefa que ele possa desempenhar. Desde recolher seus próprios brinquedos, ajudar a colocar a mesa ou até mesmo levar o lixo para fora, é importante que seu filho se sinta útil. Além de colaborar com as tarefas familiares, seu filho se tornará cada vez mais capaz. Se quiser algumas ideias confira no blog do Festa na Floresta, lá tem um post que aborda sobre essa questão.
Crie rotinas. Ainda que rotinas pareçam chatas elas são de extrema importância na formação das crianças. As rotinas permitem que a criança saiba exatamente o que vai acontecer e o que ela precisa fazer. Com o passar do tempo ela não precisará de instruções quanto aquilo e fará tudo de forma autônoma.
Mantenha uma comunicação clara e objetiva. Procure sempre conversar com o seu filho a respeito das coisas que acontecerão a curto prazo. Avise-se que daqui a pouco será hora de ir embora, ou que ele terá que ajuntar os brinquedos porque já está na hora de fazer sua refeição. Dessa forma seu filho estará preparado para a transição de tarefas e espaços sem maiores dificuldades.
Preste atenção nos comandos que você dá. Não use palavras que possam dar sentido duplo, como o ‘se’. Troque-as por palavras como ‘quando’. Quer um exemplo? “Se você parar de gritar poderemos ir ao cinema.” A palavra ‘se’ sugere que ele pode optar por continuar a gritar. Mas se usar o quando, “quando você parar de gritar poderemos ir ao cinema” não deixará dúvidas de que o cinema só vai rolar se ele mudar de atitude.
Não pule etapas. Se seu filho cometeu algum deslize, deixe-o arcar com as consequências de seus atos. Se ele feriu um coleguinha, exija que ele peça perdão. Se ele jogou papel picado pela casa toda em hora indevida, faça com que ele recolha cada pedacinho e jogue no lixo. É quando criança que aprendemos a relação de causa e efeito e ela é primordial para que o seu filho se torne um adulto mais consciente e responsável.
Não adie a repreensão. Se seu filho cometeu uma falha, chame a sua atenção para aquilo orientando sobre a forma correta de agir. Não deixe para depois. Seu filho esquecerá do ocorrido, dará a situação como correta e não mudará de atitude. Sem contar que com a correria cotidiana, você também pode esquecer de tocar no assunto e tornar a situação ainda pior, dando a entender a seu filho que você aprova aquilo que ele fez equivocadamente.
E enfim, a dica mais importante de todas: deixe seu filho crescer. A tentativa, culmine ela em erro ou acerto, faz parte do seu desenvolvimento e consequente amadurecimento. Permita que ele se frustre e crie as próprias estratégias para lidar com essas situações. Deixe que ele aprimore seus padrões por si mesmo, não exija que ela faça exatamente como você, até porque você, como pai ou mãe, já estão anos à frente em experiência e em tentativas. Sejamos justos: é a vez de ele descobrir o mundo! Deixe-o crescer!!
por Liliane Oliveira