Limites: a importância de não ceder

Seus filhos se comportam melhor na sua ausência? Eles agem de forma mais independente na escola e, quando chegam em casa, parecem ser as crianças mais dependentes do universo? Eles usam de choro quase interminável e gritos, ou insistem pesado para convencer você a fazer o que eles querem? Parte dessas questões podem ser esclarecidas e resolvidas com apenas uma palavra: limites.

Limites são extremamente importantes na formação das crianças. Eles protegem ao sinalizar até onde elas podem ir de forma segura, portanto, fora de perigo real. Os limites também sinalizam o amor, porque quem ama cuida – esse fato é inquestionável. Além disso, os limites preparam as crianças para a vida adulta, afinal, ao longo da vida profissional, por exemplo, é necessário saber respeitar regras, o espaço do outro, cumprir as tarefas propostas da melhor forma a fim de atender um objetivo, etc… Crianças que não tiveram limites em sua infância dificilmente se tornarão adultos conscientes e responsáveis.

Mas ao contrário do que se pensa, as crianças não desafiam os pais pura e simplesmente por rebeldia. É um erro acreditar que isso ocorre por questões pessoais. Elas desafiam, questionam e até mesmo se manifestam emocionalmente para testar até onde os pais conseguem se manter firmes diante de algo que elas queiram. Se os pais cedem ao choro, pirraças ou até mesmo ao cansaço de se manter firme, acabam por abrir precedentes que sinalizam para a criança que embora existam limites, ela conseguirá o que quer se continuar a insistir. Se os pais se esforçam, ainda que doa e seja exaustivo, mantendo esses limites, as crianças vão começar a entender quem realmente tem a voz ativa e a autoridade dentro do cenário familiar.

Se manter firme não é uma tarefa fácil, assim como educar também não é. É preciso manter-se focado naquilo que mais importa: o (bom) futuro dos seus filhos. Manter-se firme diante das vontades dos seus filhos sabendo que isso trará bons resultados ao longo da vida deles é a melhor saída para não ceder, ainda que seu coração te peça isso. Se seus filhos te levam ao limite, eleve você ainda mais o limite deles. Isso certamente ensinará que para toda ação há uma consequência e o quanto é importante manter-se o respeito tanto pelos pais, quanto pelas demais pessoas. Não fiquem inseguros, achando que estão sendo duros demais ao falarem ‘não’ e ao impor limites. Saibam que os filhos precisam de referências sobre o que podem ou não fazer e que a frustração ao receberem essas negativas produz crescimento. Ter filhos autônomos não significa atender todos os interesses deles, ainda que lhes pareça coisas bobas. Sigam firmes: há muito trabalho a fazer!

por Liliane Oliveira

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